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Em linha com os recentes acontecimentos do nosso país, a gestão 2017-2021 da Unicamp foi marcada por grandes desafios. E não foi diferente na Pró-Reitoria de Pesquisa. Do primeiro ao (quase) último dia, a PRP enfrentou grandes questões. Algumas já crônicas, bem conhecidas da universidade. E outras que surgiram, literalmente, da noite para o dia.

Dentre as crônicas, a saúde financeira. O curto orçamento de 2017 propiciou um início turbulento. Foi necessário colocar as contas em ordem, às custas da redução de financiamento aos docentes via FAEPEX, da redução da equipe instaurada na PRP, do freio nos planos de ação, entre muitas outras ações menores. Em 2018 pudemos iniciar um planejamento de investimentos de recursos, financeiro e pessoal. Propusemos planos de utilização dos recursos do FAEPEX em prol de projetos científicos abrangentes, sempre norteados pela transparência na aplicação dos recursos, seguindo os valores previstos no orçamento aprovado pelo CONSU, assim como no emprego dos recursos extra-orçamentários, sempre com a anuência ao Conselho do Faepex. Algumas das ações conduzidas via FAEPEX foram o aumento no valor de financiamento dos projetos individuais, manutenção do financiamento aos Jovens Docentes e os Editais Especiais como demonstrado no relatório. Em especial foram lançados dois editais de apoio à infraestrutura de pesquisa, sendo um dirigido a docentes e pesquisadores, com investimentos de R$ 4.6 milhões, e outro de apoio às centrais de equipamentos multiusuários e serviços da Unidades, Centros e Núcleos, cujos investimentos ultrapassaram R$ 2.1 milhões.  Até então, o último edital de apoio à infraestrutura de pesquisa tinha sido realizado em 2011/2012. Foram também investidos cerca de R$ 1.2 milhões para apoio emergencial aos biotérios de Unidades e CEMIB, buscando sanar circunstâncias específicas críticas na pesquisa envolvendo animais.

Sempre foi política da PRP nesta gestão priorizar investimentos à pesquisa que trouxessem impactos mais duradouros. Impactos estes que atendessem a critérios acadêmicos qualificados. Houve, por exemplo, apoio institucional significativo a projetos de grande porte e na organização e financiamento de centrais de equipamentos e espaços multiusuários e estímulo à cooperação, notadamente, em projetos multidisciplinares, como no caso da Força Tarefa contra a COVID-19, os quais receberam investimentos para pesquisa da ordem de R$ 2.7 milhões. Por outro lado, nos esforçamos também em impactar ações voltadas a recursos humanos como o oferecimento de bolsas em diversas iniciativas da Universidade como HIDS, Programa Ciência e Arte Povos da Amazônia (CAPA), Divulgação Científica, Gestão Executiva em Ciência e Tecnologia, entre outras. Em particular, foram disponibilizados R$ 500 mil reais para bolsas emergenciais a pós-graduandos e pós-doutorandos que se encontraram em situação vulnerável em abril de 2020 devido aos cortes nas bolsas CAPES e o recrudescimento do cenário de pandemia. Importante destacar neste sentido que sempre tivemos o cuidado em não favorecer uma área do conhecimento em detrimento de outras. Quando o CNPq indicou que o Edital PIBIC poderia privilegiar o financiamento de bolsas em áreas estratégicas e aplicadas, em detrimento das humanidades e áreas de pesquisa básica, a PRP veio a público declarar imediatamente que iria utilizar recursos da Universidade para preservar as bolsas PIBIC nestas áreas, caso a política pré-anunciada pelo CNPq se concretizasse. Do mesmo modo, mediante a drástica redução de apoio a periódicos por parte da CAPES e do CNPq, notadamente nas áreas das humanidades e ciências sociais, a PRP prontamente lançou um edital especial de apoio aos periódicos eletrônicos da Unicamp; ainda que modesto, foi oportuno.

O olhar para a diversidade da Universidade, em todas as instâncias, sempre foi cuidadosamente levado em consideração. Independentemente do tamanho da iniciativa liderada na Universidade, sempre estivemos acessíveis e abertos ao diálogo com todos os docentes e pesquisadores. Sempre estivemos à disposição para ouvir e apoiar demandas e ideias, tentando sempre agir com rapidez e eficiência, em prol da comunidade acadêmica da Unicamp.

São dignas de nota a implementação das Políticas Institucionais de Pesquisa, de Boas Práticas e Integridade em Pesquisa, junto da Política Institucional de Acesso Aberto à Produção Intelectual e Científica da Unicamp. Estas são realizações perenes desta gestão, que nortearão um horizonte mais ético e educativo para a Unicamp. Aliás, do ponto de vista ético, é importante destacar o desdobramento do Comitê de Ética em Pesquisa, tendo agora um CEP dedicado à área das humanidades; a seriedade da Comissão de Ética no Uso de Animais em Pesquisa (CEUA), que foi posta à prova durante esta gestão, tendo demonstrado a ética na condução de suas atividades. E tivemos ainda o desafio na real implementação da Lei da Biodiversidade, trabalho conduzido pela Comissão de Patrimônio Genético (PATGEN). Ainda nesta direção, destacam-se os subsídios à CPI da ALESP sobre a Gestão das Universidades Públicas, momento desafiador enfrentado com êxito por esta gestão.

Diversas outras ações, provocadas pela comunidade ou planejadas junto ao CONSU e à Reitoria, foram executadas pela PRP neste período, como descrito detalhadamente no relatório. No entanto, um dos maiores desafios encarados por esta gestão, foi justamente uma daquelas questões que aparecem da noite para o dia: o enfrentamento à pandemia de COVID-19. Conforme apontamos, ações rápidas e precisas, incluindo o financiamento a projetos e bolsas emergenciais alavancaram a Unicamp como uma das lideranças no país no combate à pandemia e garantiram a segurança de alunos e pesquisadores que se encontravam em situação vulnerável.

Temos a sensação de que alguns objetivos inicialmente planejados não puderam ser cumpridos; que em alguns momentos, nossas decisões não foram as mais agradáveis para a comunidade; que 4 anos parecem muito, mas frente às nossas intenções foram poucos. Por outro lado, estamos certos de ter conseguido implementar políticas permanentes para a Universidade, que estivemos abertos a dialogar, que atuamos com transparência e honestidade em nossas ações e que a Unicamp deu importantes passos adiante.

 

Munir Salomão Skaf
Pró-Reitor de Pesquisa

 

Acesse a íntegra do Relatório Gestão da Pró-Reitoria de Pesquisa 2017-2021

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